Antigamente dizia-se de pequenino se torce pepino

Antigamente era usual dizer-se quando uma criança manifestasse atitudes menos correctas, que de pequenino se torce o pepino, ou seja uns açoites a certas exigências aplicados ás criancinhas, tinham sempre um resultado positivo na redução do grau de exigência que então era feita.
Isto vem a propósito da abordagem na imprensa escrita já algum tempo das preocupações de certos estudantes. Consiste isso na opção que os jovens fazem na utilização de roupas de marca, sapatos de marca, telemóveis top de gama, leitores portáteis de CDs, em suma vários tipos de acessórios e adereços, isto com o objectivo de se afirmaram junto dos seus colegas ou amigos, numa total demonstração de vaidade. Ao nível da escola ao que se afirma existe até uma certa competição entre os grupos que se formam com vista a tentarem demarcar-se quanto à qualidade dos artigos usados por forma a elevarem o seu estatuto. É evidente que não possuindo os jovens recursos financeiros para satisfazerem estes caprichos é óbvio que serão os pais a alimentarem-nos. Estamos certos que haverá os que terão possibilidades económicas para o poderem fazer mas haverá outros que não, mas que continuam a satisfazerem a vontade de seus filhos, adquirindo-lhes os artigos. Se é certo que isto é um problema que diz exclusivamente respeito a quem subscreve este tipo de exigências, não é menos certo que não é por essa via que os pais dos jovens que lhes satisfazem estes caprichos conseguem deles um melhor aproveitamento escolar, antes pelo contrário. Isto permite-nos concluir que os portugueses que já se tornam vaidosos na sua maioria, pelos títulos académicos que detêm, ao exibi-los em qualquer momento ou circunstância, estão a transformar os seus filhos, alguns até de tenra idade nuns vaidosos, exibicionistas.

5 Respostas to “Antigamente dizia-se de pequenino se torce pepino”


  1. 1 jgonçalves Abril 29, 2004 às 9:45 pm

    Isso é o início da demarcação de identidades.
    Para quê aturar um filho “chato”, se uns euros tomam o lugar paterno?

  2. 2 vmar Abril 29, 2004 às 10:53 pm

    Isto é mais uma das facetas da globalização da sociedade de consumo. Muitos jovens “certinhos” são bombardeados constantemente por uma sociedade consumista e ainda que involuntariamente algo acaba por ficar a nível do subconsciente. Numa sociedade vaidosa por determinados tipo de valores não é difícil seduzir os mais jovens.
    Problemas graves levantam-se nas sociedade economicamente débeis como a nossa, em que o poder de compra da maioria da população é diminuto.
    Para grande problemas, grandes remédios: quem não tem dinheiro não tem vícios.
    O problema reside em explicar isto a um jovem….quando sabemos que os adultos também não o entendem….

  3. 3 Planície Heróica Abril 30, 2004 às 12:30 am

    Arrisca-mo-nos a criar uma geração de ‘revoltados’, fiel a direitos e esquiva a deveres…

    É perigoso… para ela!

    um abraço,
    Francisco Nunes

  4. 4 Jazzy Abril 30, 2004 às 10:14 am

    Tenho uma filha com 6 anos e este é um dos aspectos que mais me preocupa na sua educação.
    A título de exemplo, aqui (http://jazzy.weblog.com.pt/arquivo/2004/04/index.html#087842) discordo sobre a posse por crianças de telemóvel.

    PS: Era mais prático permitir html nos comentários. Dessa forma, o link para o artigo aparecia como nos artigos.

  5. 5 Cândida Abril 30, 2004 às 3:54 pm

    noutro dia vi um tipo do BE com uma camisa burberrys (?). foda-se. e eu é que sou a burguesa consumista.e uma tipa boazona até já fez uma operação ás mamas só para dar um jeitinho. sim, ke as mamas originais já eram podres de boas. tás a topar a coisa?


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